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  • Foto do escritorMarcos Oliveira

Xiaomi cria a marca Redmi e se posiciona para consolidar a linha Mi no segmento premium


Até alguns dias atrás, a manchete "Xiaomi lança o novo smartphone Redmi nota 7" teria sido tecnicamente correta. Mas agora não é mais. Por quê? A Redmi tornou-se agora uma sub-marca da Xiaomi para os aparelhos mais acessíveis (menor preço) da fabricante chinesa. Assim, apenas a linha MI utilizará a marca Xiaomi.‎



‎‎E a Redmi chega com o pé direito e fazendo bonito. Seu primeiro smartphone deste ano, o Redmi Note 7 é um aparelho bonito e poderoso — situando-se muitos passos à frente dos seus antecessores ‎‎Redmi Nota 6 Pro‎‎ e o ‎‎Redmi 6‎‎.


‎Mas por que a Xiaomi resolveu dividir seu portfólio de smartphones?


Xiaomi, ao longo dos anos, tornou-se referência como uma marca que oferece valor agregado (benefício) por preço acessível custo). ou seja, uma "Uma marca que oferece uma ótima relação custo x benefício". Mas isso não é necessariamente uma coisa boa para a empresa recentemente listada na bolsa de Nova York e seus executivos já se movimentam para mudar este cenário.


‎A decisão de dividir o Redmi da família Xiaomi não foi apenas para focar na marca Redmi (de baixo custo). Na verdade, A marca 'Mi', carro-chefe da Xiaomi, deve se beneficiar ainda mais desta decisão. Motivo: apesar dos holofotes estarem voltados no momento para a Redmi se tornando independente, a grande sacada desta estratégia é desgarrar a marca 'Mi' do conceito de marca acessível que a Xiaomi atualmente é referência.



Xiaomi sempre foi popular com seus budget phones (smartphones de baixo custo e alto valor agregado). Realmente, se você está interessado em comprar um telefone com uma excelente relação custo x benefício, podemos afirmar que você irá encontrar um monte de aparelhos da Redmi.


De fato, foram os telefones da linha Redmi que sustentaram o crescimento da Xiaomi ao longo de todos estes anos. Por isso, não causou surpresa ver analistas‎‎ mencionarem os modelos da linha Redmi‎‎ como o motor de crescimento da empresa chinesa para se tornar a quarta maior fabricante de smartphone do planeta.


Apesar disso, estes mesmos relatórios mesmos muitas vezes não mencionam seus modelos de topo.‎


Recentemente, Um relatório do Kantar World Panel revela que Xiaomi Mi 8 foi o ‎‎smartphone mais popular na China‎‎, no terceiro trimestre de 2018. Isso mostra que a empresa está implementando estratégias para corrigir esse problema.


Conseguir que seus principais smartphones vendam bem é provavelmente uma prioridade para a empresa neste momento. Afinal, os smartphones de última geração geram margens melhores, ao contrário dos telefones de baixo custo. E não é apenas sobre margens. Os usuários avançados provavelmente gastarão mais em serviços, aumentando a receita geral.


‎‎Mas com Redmi e Xiaomi andando na mesma estrada, esta tarefa seria sempre mais difícil.


‎Encontrando seu nicho‎


‎Considere Honor e Huawei.. Ambos têm telefones low-end, assim como telefones de última geração. O novo Honor View 20 da Honor, com sua câmera punch hole, brilhou na CES 2019 por seus recursos de alta qualidade. O modelo low-end da Huawei , como o Huawei Enjoy 9, não é tão ruim por seu preço. Mas quando você pensa nas duas marcas, como você as percebe?


‎É muito provável que, quando você pensa na Huawei, pense na série premium Mate 20 e na série P20. Assim, quando você sai para comprar um telefone top de linha (flagship), alguns dos modelos da Huawei, vêm imediatamente à cabeça (top of mind). Da mesma forma, para flagships acessíveis ou para mid-rangers acessíveis, a probabilidade de pensar em um aparelho da Honor é grande. Essa percepção não surgiu apenas de uma comparação telefone por telefone, mas é um resultado de ambas as marcas serem muito claras sobre o que elas representam.


OnePlus é um bom exemplo de uma marca de nicho bem sucedida. Realme e POCO são alguns exemplos adicionais que mostram como foco em um segmento de mercado específico é o caminho a percorrer.



‎Xiaomi sabe que seu principal flagship não é um player forte no mercado. Sim, o Mi Mix 3 é tudo de bom, mas ainda é um aparelho que não adquiriu o status “top of mind” no segmento topo de linha. Faça o teste! Basta se perguntar: “quais aparelhos me vêm imediatamente à cabeça quando penso em adquirir um aparelho premium? O Mi Mix 3 aparece em sua lista inicial? Talvez o F1 POCO lhe venha à mente, mas também percebeu que o aparelho não está associado a marca Xiaomi?‎


A linha existente do Xiaomi Mi 8 / Mi 8 Pro tem capacidade de melhorar o faturamento da empresa no segmento de aparelhos premium. De fato, com as novas atualizações , suas câmeras se tornaram muito melhores também. Mas osmodelos são ofuscados pela percepção da marca da empresa (baixo custo e alto valor agregado).


Assim, com a Redmi e seus aparelhos de baixo custo separados da marca Xiaomi, eles têm uma chance no seu real segmento e a série Mi pode finalmente avançar como uma marca premium sólida!


‎Talvez, no final do ano, devamos estar vendo um flagship da Xiaomi (possivelmente a 9 Mi ou Mi Mix 4) como o melhor smartphone do ano.‎


‎Com a Xiaomi fazendo seu movimento estratégico para fortalecer seu segmento premium, podemos apostar que teremos um smartphone da Mi que fará frente aos próximos Mates e Galaxies do mercado.



Nossa conclusão:


A Xiaomi realmente tem um portfólio muito extenso de aparelhos e, não raro, seus modelos são confundidos entre si. Isso realmente era algo que precisava ser corrigido para melhor “organizar as coisas” no universo Xiaomi. Mas não nos iludamos, o grande objetivo da Marca é mesmo mercadológico, ou seja, tudo está sendo feito para aumentar o faturamento da empresa no segmento de smartphones top de linha (flagships). Mas isso não significa apenas preços mais altos. Veja a seguir o motivo!


A atual percepção da Marca Xiaomi como “uma grande marca de baixo custo” impede que a empresa eleve os preços de seus aparelhos top de linha para poder cobrir os custos de oferta de novos recursos e tecnologias para ganhar participação de mercado no segmento premium e ainda obter lucro. Compare os recursos e preços dos topos de linha da Huawei (mate 20 e P20 Pro) e OnePlus (6T) com os da Mi (Mix 3 e Mi 8), verá que a diferença é grande.


Todo este movimento está sendo feito para “desgarrar” a marca Xiaomi e a linha Mi desta percepção geral de “uma grande marca de baixo custo”, permitindo a rentabilização dos investimentos tecnológicos necessários para a produção, substituição de materiais, hardware, software e disponibilização de novos recursos nos aparelhos. Estes investimentos aliados a iniciativas publicitárias para posicionar a marca "Mi" como “premium”, despertará o desejo das pessoas e permitirá, assim, elevar preços e aumentar a margem de lucro de seus aparelhos deste segmento.


Diante de tudo isso, finalizamos, fazendo um uma previsão de que, em um breve futuro (ainda em 2019) a linha Mi evoluirá fortemente em seu portfólio, com seus aparelhos apresentando novos recursos, design, materiais e capacidades inéditos atualmente e atraindo a atenção e o desejo das pessoas. Entretanto, pagaremos um pouco mais caro por eles, em termos de equivalência aos preços e recursos atuais. Por outro lado, também é muito provável que, devido à maior concorrência no segmento, paguemos um pouco menos pelos atuais flagships da Huawei e OnePlus e, porque não, da Samsung e Apple.


E você? O que acha disso?

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